A TULIPA VERMELHA
(De um motivo do livro chinês “Flauta de Jade”)
A tarde era de inverno. Indiferentemente.
Tu deixaste cair na fria e longa estrada
A tulipa vermelha – a flor viva encarnada
Que eu te dera, provando o meu amor ardente.
Aquele gesto teu feriu-me, ó minha amada!
E desde então jamais se apagou de minha mente.
Quedei-me em contemplar a tulipa rubente,
Muito triste por vê-la ao solo abandonada.
Profunda e acerba dor senti dentro do meu peito
Quando via orlar, como um sonho desfeito,
Naquela estrada fria, a rubicunda flor...
Então, numa revolta irreprimível, franca,
Apanhei-a ao chão... Tinha ficado branca!
E nevara também por sobre o nosso amor...
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