MÃOS
Mãos puras de vestal, fidalgas, pequeninas,
Que trescalais o odor dos lírios e das rosas,
Vós tendes a maciez das sedas veludosas
E a frescura sutil da brisa e das Campinas.
Incomparáveis mãos angelicais, divinas,
Da lactescente cor das brancas nebulosas,
Sede, pois, mais gentis e sempre generosas,
Como as piedosas mãos das santas heroínas!
Mãos feitas para o altar dos ofícios de Elêusis,
Ao pé do qual, outrora, iam povos pagãos
Oscular e servir os seus amados deuses...
Mas, a esse culto fiel, e em devaneios parvos
Eu sinto, ó níveas mãos, idolatradas mãos,
A mágoa imensa e atroz de não poder beijar-vos!
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